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sábado, 25 de março de 2017

Spleen e Ideal - Charles Baudelaire.

LXVII – Os mochos

Nos teixos negros em que habitam
Os mochos ficam em fileiras,
Tais como os deuses das fronteiras,
Faiscando olhos rubros. Meditam.

Sem se mexer se manterão
Até a melancólica hora
Em que, expulsando o sol, agora
Oblíquo, as trevas ficarão.

Sua atitude ao sábio um lema
Dá: é necessário que ele tema
O movimento e a multidão;

O homem ébrio em sombra a passar
Carrega sempre a punição
De querer mudar de lugar.


BAUDELAIRE, Charles. Flores do Mal. Tradução de Mario Laranjeira. 2ª Reimpressão. Editora Martin Claret. São Paulo, 2014.

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