LXVII – Os mochos
Nos teixos negros em que habitam
Os mochos ficam em fileiras,
Tais como os deuses das fronteiras,
Faiscando olhos rubros. Meditam.
Sem se mexer se manterão
Até a melancólica hora
Em que, expulsando o sol, agora
Oblíquo, as trevas ficarão.
Sua atitude ao sábio um lema
Dá: é necessário que ele tema
O movimento e a multidão;
O homem ébrio em sombra a passar
Carrega sempre a punição
De querer mudar de lugar.
BAUDELAIRE, Charles. Flores do Mal. Tradução
de Mario Laranjeira. 2ª Reimpressão. Editora Martin Claret. São Paulo, 2014.
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