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quarta-feira, 15 de março de 2017

Spleen e Ideal - Charles Baudelaire.

LXI - A uma dama crioula

Nas terras perfumadas, do sol às carícias,
Conheci, sob o pálido de árvores douradas
E palmas de onde chove nos olhos preguiça,
Uma dama crioula em graças ignoradas.

Pálida e quente a tez, a bruna encantadora
No colo possui ares nobres, maneirados;
Alta e esbelta, ao andar como uma caçadora,
Seu sorriso é tranquilo e os olhos sossegados.

Se fôsseis, minha Dama, a essa terra de glória,
Pelas margens do Sena ou pelo verde Loire,
Bela digna de antigos palácios ornas,

Faríeis, ao abrigo de sombras secretas,
Brotar sonetos mil no coração dos poetas,
Que os vossos olhos iam logo escravizar.

BAUDELAIRE, Charles. Flores do Mal. Tradução de Mario Laranjeira. 2ª Reimpressão. Editora Martin Claret. São Paulo, 2014.

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