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sábado, 25 de março de 2017

Spleen e Ideal - Charles Baudelaire.

LXX – Sepultura
Se em noite pesada e sombria
Por caridade, um bom cristão,
Atrás de uma ruína fria
Vos enterra o corpo loução,

Na hora em que as castas estrelas
Fecham seus olhos sonolentos,
A aranha aí fará suas teias,
E a cobra porá seus rebentos;

E ouvireis, anos de enfiada,
Nessa cabeça condenada
Os uivos dos animais bravos

E das bruxas esfomeadas,
Dos velhos as farras ousadas
E dos biltres negros conchavos.


BAUDELAIRE, Charles. Flores do Mal. Tradução de Mario Laranjeira. 2ª Reimpressão. Editora Martin Claret. São Paulo, 2014.

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