XXXV - Duellum
Dois guerreiros correram um para o outro; as armas
Salpicaram o ar de sangue e de clarões.
Os jogos, tilintar do ferro, são alarmas
De juventude presa ao nascer das paixões.
Os gládios se quebraram! Como a mocidade
Querida! Mas as unhas, dedos acerados,
Logo vingam a espada e a adaga da maldade.
Furor de corações pelo amor ulcerados.
Na ravina infestada e de onças e guepardos
Os heróis, se agarrando, rolaram irados,
Sua pele vai florir a aridez do cerrado.
- Esse abismo é o inferno de amigos povoados!
Rolemos assim sem remorso, amazona inumana
A fim de eternizar a nossa raiva insana!
BAUDELAIRE, Charles. Flores do Mal. Tradução de Mario Laranjeira. 2ª Reimpressão. Editora Martin Claret. São Paulo, 2014.
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