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domingo, 15 de janeiro de 2017

Spleen e Ideal - Charles Baudelaire

IV – Correspondências

A natureza é um templo onde vivos pilares
Por vezes dão a ouvir palavras muito estranhas;
Nas florestas de símbolos o homem se emaranha
Que o observam com olhos bem familiares;

Tais como longos ecos que ao longe se escondem
Em uma tenebrosa e profunda unidade,
Tão vasta como a noite e como a claridade,
As cores, os perfumes e os sons  se respondem.

Perfumes frescos há, como carnes infantes,
Doces como oboés, verdes como campinas,
- E outros, corrompidos, ricos e triunfantes,

Tendo aquela expansão das coisas infinitas
Como o âmbar, o almíscar, o benjoim, o incenso,
Transportes a cantar do espírito e do senso.

BAUDELAIRE, Charles. Flores do Mal. Tradução de Mario Laranjeira. 2ª Reimpressão. Editora Martin Claret. São Paulo, 2014.

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