RESENHA
Primo
Basílio – Eça de Queirós.
OLIVEIRA, Taysen Caroline
Modzinski, Curso de Letras, Universidade Estadual do Paraná – Campus Paranavaí,
Paraná, Brasil.
Primo
Basílio é uma romance realista que trata a depravação moral da burguesia
portuguesa da época em que foi escrito,1878, temas polêmicos como adultério,
perversão e intimidação causada pelo adultério são tratados no romance. O livro Primo Basílio foi designado como
opção de leitura para o seminário de leitura e análise, administrada pela professora XXXXXXX(não posso citar nomes aqui gente) na matéria de Literatura Portuguesa II, escrito
por Eça de Queirós, edição de 2008, 490 páginas, editora Best Bolso. No romance
realista de Eça de Queirós, narra a história de um casal feliz chamado Luísa e
Jorge, por conta de seu trabalho, Jorge viaja e deixa Luísa na companhia de
duas empregadas. E eis que Luísa fica sabendo da volta a Portugal de seu primo
Basílio Brito, os dois se encontram e começam a relembrarem o seu passado
amoroso de juventude e Luísa sem a companhia de Jorge sede os galanteios de
Basílio e eles iniciam um caso. Com o tempo a vizinhança começa a suspeitar das
visitas frequentes de Basílio e a empregada Juliana apenas observa para que
possa conseguir algo da patroa; por conta do falatório, Juliana e Basílio vão
ter seus encontros em outro lugar, e Luísa inventa um pretexto para despistar a
vizinhança e Juliana, mas um dia Juliana descobre as cartas com conteúdos sobre
a intimidade dos amantes e passa a ameaçar Luísa, Basílio temendo que ele se prejudicasse
inventa que precisa partir á Paris a negócios e deixa Luísa se entender com
Juliana. Luísa desesperada cede às exigências de Juliana e passa a fazer o
serviço doméstico e lhe dar roupas, lençóis de linho e um quarto melhor. Jorge
volta a casa e vê a situação, Luísa para se explicar ao marido, diz que Juliana
está muito mal de saúde e está apenas ajudando e sentindo pena, Jorge irado
manda Juliana embora, Luísa temendo a ira de Juliana vai atrás de um amigo e
conta o acontecido, este que se chama Sebastião lhe diz que irá assustar
Juliana e assim o faz, mas Juliana morre por conta do nervosismo e sua saúde
debilitada. Luísa se vê aliviada, mas então fica muito doente, uma carta de
Basílio chega e Jorge a lê e descobre a traição de Luísa e a trata com desprezo
e indiferença, Luísa melhora um pouco, no entanto acaba morrendo em seguida.
O romance está repleto de reflexões acerca da sociedade
portuguesa do final do século XIX, o adultério de Luísa com Basílio é visto
como algo escandaloso, mas quando no final do romance é citado que Jorge traia
Luísa e por isso adiava sua volta para casa, à forma como é narrada, dá a
entender que Jorge pode trair e Luísa não, o machismo presente na época é
forte, tanto é que Luísa morre, esse é o destino das adulteras, mas não dos
adúlteros que não devem se sentirem culpados. O amedrontamento de Luísa e como
ela cede às ameaças de Juliana pode ser observado como a fragilização da mulher
da época, a falta de conhecimentos e como a mulher deveria ser passiva e
ignorante, só o homem poderia ser inteligente e fugir da responsabilidade sem
ser culpado, essa é outra questão a ser analisada, segundo os preceitos atuais
e a ascensão dos direitos das mulheres, observa-se o conflito causado na
sociedade atual e a sociedade tradicionalista, embora ainda atualmente
sucedesse frequentemente a submissão da mulher e a opressão que ela sofre da
sociedade machista. Por conta dessa questão imposta no contexto da época, Luísa
não tem opções de contornar o problema e ser perdoada, o autor então mata sua
personagem, pois era a única opção que ela tinha em meio ao grupo social da época.
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