que em ossos foi tudo o que sobraste.
Toda a beleza, o sangue, a carne
foi comida pelos vermes.
Tais quais nunca foram diferentes de mim,
o pobre homem é o que mais devora por onde passa,
jóias, comida, mulheres, luxuria, avareza, riqueza,
entre todo o resto do mundo,
e deixa apenas os frangalhos que de nada servem para os demais.
Velha carcaça,
tão desprezível aos meus olhos agora,
outrora fora motivo de orgulho e requinte,
belos braços,
cabelos de ouro,
olhos esmeralda,
dentre tantas outras qualidades.
Vou levar de ti apenas uma lembrança,
talvez a mais bela,
o vazio do teu coração,
que nunca amaste,
ele padeceu jovem com a tortura que este mundo o proporcionou.
E mais uma vez eu vivo,
trocando de corpo como quem troca a roupa.
Mais uma vez, apenas para usufruir dos prazeres vazios que a vida dá.
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